segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DIA DAS CRIANÇAS

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Antigamente, o dia 12 de outubro era reservado para as comemorações aludidas ao dia das crianças. Hoje, contempla-se a data da santa chamada Nossa Senhora Aperecida. Não se compreende muito as questões de mudanças relacionadas aos feriados no Brasil. O dia 8 de dezembro era feriado do dia de Nossa Senhora da Conceiçãp e agora, não muito tempo atrás, transferiram este feriado para o dia 15 de agosto, dizendo que é um feriado aludido à padroeira de Fortaleza. A gente termina não entendendo nada sobre essas mudanças e essas nomenclaturas de santos porque não nos orientam. Os cearenses são desinformados dessa mudanças, e outra, a gente não sabe nem mesmo o histórico da passagem de vida desses santos, daí dizer que os evangélicos odeiam a adoração de imagens, confesso que eles tem mesmo razão. A gente adora as imagens e desconhece a vida dos santos. Do que adianta ir à igreja e fazer tudo errado? A gente reza, menciona os nomes dos santos e nem sabemos quem foram eles.

 

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Para efeito de conversa neste blog, digo que Dia das Crianças está totalmente disasociado da relação com a santa Nossa Senhora Aparecida. Oxalá, se deva existir, nos dias de hoje, alguma mãe que venha a dizer, mais ou menos assim para seu filho ou filha neste dia “… hoje é o dia de Nossa Senhora Aparecida.” Claro que por ignorância, todas vão dizer que essa data é o dia das craianças e pronto! É dia para se comprar e vender igual o Natal, igual Ano Novo, igual Dia das mães, etc. O que muda? Nada. Apenas porque é a festa dos baixinhos para a XUXA e estes devem ganhar presentes que serão brinquedos. As empresas lucram muito em cima desses feriados e ao contrário, não se reflexiona a data do feriado, como deveríamos reflexionar. Se é um dia de Santo, por que os pais não levam suas crianças às igrejas para rezarem? Não consigo entender muito sobre essas questões, mas alego que me incomoda essa mediocridade do povo ser enganado com a falsa modéstia de que o dia das crianças é lembrado apenas pelas compras de brinquedos. Dá-me tristeza, ver o povo comprando presentes caríssimos para mostrar o amor aos seus filhos.

Há muitos desses pais que se individam bastante por meses ou até mesmo por ano, para mostrar esse amor aos filhos.

Lembro, quando eu era uma criancinha, criada por pais pobres que viviam da agricultura, sem nos faltar nada para comer, porque a terra prometia o nosso enche-bucho, não se falava nesses feriados com o significado de gastos de dinheiro.

 

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Lembro que as famílias se preocupavam em abraçar seus filhos e levá-los a um parquinho de diversão neste dia se houvesse na cidade. Era muita diversão sim e muita animação de pipoca e balões. Havia as cantigas de roda para animar os baixinhos também. Valorizava-se a criança, enquanto criança que brincava, criança que sorria, criança que era feliz, criança que queria brincar de brincar e ser feliz. Hoje, comemora-se o dia, levando às crianças brinquedos que brincam por elas. Elas já não constróem mais as brincadeiras ou brinquedos, elas já tem tudo feito para elas, basta apenas por o dedo num botãozinho e tudo é feito para elas. As crianças não se movimentam mais como as de outrora que pulavam macaca, jogavam bola, brincavam de roda à luz do luar, brincavam de esconde-esconde e hoje, nimguém mais se esconde, não se consegue mais esconder nada para as crianças porque elas sabem mais que nós adultos. Elas vêem mais televisão do que nós, elas comem mais que nós, por isso é que os filhos engordam mais que os pais. A televisão é mestra em apresentar os horripilantes brinquedos eletrônicos que custam os olhos das nossas caras ao comprá-los para os nossos filhos. Isso não é o pior. Ruim mesmo é você comprar um brinquedo caro para seu filho, neto ou qualquer criança e elas destruírem no mesmo dia ou na mesma hora. Foi-se embora o real ou soma de reais que saem dos nossos bolsos.

 

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Dia das Crinaças de hoje não tem mais significado como outrora. Até certo tempo, o Parque das Cranças ou Cidade da Criança em Fortaleza, era considerado o local mais pacífico e aprazível para a criançada fortalezense se divertir, hoje, é transformado num lugar habitado por pessoas que querem molestar as outras como ladrões e outros considerados perigosos. Naqueles tempos, fazia gosto ver os animais que ali viviam. Era um zoológico muito apreciado e procurado pelas famílias que queriam levar seus filhos à tarde para passeio e tudo gratuito. Até que enfim, começaram a aparecer os casais de namorados e virou um antro de prostituição e por fim, local de vagabundos e de inteiro abandono e desleixo por parte das autoridades fortalezenses.

 

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É triste falar assim, mas é a verdade. Hoje, o que nossas crianças tem de lúdico para serem felizes nesta data? Nada. Absolutamente, nada. Pena que essas autoridades tenham esquecido de que um dia foram crianças. Seus filhos menores, netos e bisnetos estão seguramente amparados pelos nossos dinheiros que vivem nos cofres deles e certamente, não terão dias ruins, claro que estes tem seus lugares de lazer na DISNEYLÂNDIA.

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Nós moramos aqui em Fortaleza, mas não temos o privilégio de saírmos com a família para um parque, para o BEACH PARK, por exemplo, e por que? Porque somos coitadinhos que não temos crédito em dinheiro para pagar uma entrada neste parque tão cobiçado pelas crianças por seus belos brinquedos de atração lúdica. Infelizmente, esta é uma realidade que merece ser revista pela prefeita da cidade. Já que ela queria ganhar ponto em suas campanhas eleitoreiras para tornar-se no que se tornou e instituiu a passagem nos ônibus coletivos em cortesias nos domingos e feriados, por que não, abrir espaços gratuitos para as crianças neste parque tão falado e tão desejado pelas crianças?

Então meus caros leitores desse blog, vejo que o Dia das Crianças precisa ser ressignificado, pois se há um dia para ser comemorado, de que forma podemos comemorar se não há recursos financeiros por parte de algumas famílias? O que está havendo, e não faz pouco tempo, é que esse dia está dividido, discriminando a sociedade, pois quem é pobre se vale de comprar brinquedos que valem pouco, mas sem serem sofisticados e pouco duráveis e quem tem melhores condições, ainda consegue comprar um brinquedo de mais valor com melhor qualidade, embora fique individado o ano inteiro.

 

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Existe uma terceira possibilidade de divisão hierárquica: há os que já tem o mundo em contato com a tecnologia e estes a gente nunca alcança. São os filhinhos de papai que só querem ganhar aparelhos eletrônicos e não querem presentinhos abaixo disso não. Vê-se pais saindo das lojas de eletrônicos, levando consigo play station, mini computadores, máquinas que falam, celulares, jogos, enfim, há um leque maior de opções de artigos verdadeiramente sofisticados e de estupendos disigns que agradam até aos adolescentes maiores, que dirá as crianças menores.

E, falando de idades, não se consegue mais distinguir quem é de menor idade ou de maior. Hoje, vivemos numa maresia de confusão em relação a este aspecto. Às vezes, deparamos-nos com crianças que já querem ser adultos, outras vezes, deparamos-nos com adultos que querem ser crianças. Os pais são os verdadeiros culpados neste desequilíbrio de idade entre os filhos por não saberem dar os limites nas ofertas. Para se livrarem do apego dessas crianças, as enchem de TVs e de produtos eletrônicos, deixando-as incapazes de enxergarem os limites da liberdade. Estão se enganando a si próprios, pois o principal eles estão perdendo: o amor dos filhos. Como se pode hoje em dia ter o reconhecimento do nosso trabalho de criação familiar e de educação se negamos toda a nossa atenção aos nossos filhos que era um legado deixado por nossos pais? Nós, no passado, podíamos não ter um brinquedo eletrônico, mas tínhamos a atenção e o carinho dos nossos pais.

 

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Então, para concluir, nós éramos e fomos crianças muito mais felizes que as de hoje. Nós formamos uma população de seres educados, respaldados no amor da família cristã e as gentes nascidas dessa época, são mal educadas, rebeldes, precoces e egocêntricas e ainda consumidoras de produtos supérfulos. Elas são artificiais, são manipuladas por TVs, são manipuladas pela era digital. São carentes, são desamadas, são frias, são sem direção na vida, crescem sem rumo, crescem sem inteligência por não acostumarem a mente em cálculos matemáticos (usam máquinas calculadoras para fazerem contas aritméticas), são preguiçosas para pensar, são lentas para caminhar e são obesas por comerem muito chilito e outras bobozeiras que a mídia inventa.

Enfim, perdemos a nossa verdadeira identidade nacional, cristã, familiar e educacional e de instrução institucional. Nós somos passados para trás porque não conseguimos acompanhar a velocidade dessa mudança e nem tampouco, aceitamos esta mudança. Fazer o que? Se a gente não seguir, seremos descartados imediatamente por nossos filhos, netos e bisnetos, etc. Seremos tachados de coroas cafonas, antigões. Nossa amargura está centrada na ruptura de um fazer social de valor significativo que construímos no passado junto com nossos pais e antepassados destes.

Vamos então, aceitar pacificamente que o dia das crianças seja um entre tantos outros dias em que se comemora um feriado cuja intenção seja os interesses de lucros e ganhos dos empresários e das famílias que se beneficiam com os itens de compra e também mais um dia sem trabalho e muita cachaça, cerveja iguais aos dias atribuídos à copa do mundo. Brasileiro é brasileiro. Bestas e ingênuos, capazes de serem induzidos pelas propagandas ou atitudes externas que os atraem para a preguiça e curtição do não fazer nada difícil, porque  é gostoso ficar preguiçoso, sem ter muito o que fazer. Feriado é feriado e isso tem um significado: curtir, beber, comer, ver novelas, não fazer nada, etc. Vivemos à sombra da nossa própria morte.

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